Aquele tal de natal!

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Ah, esse tal de natal
Vai saber quem sabe seu significado
depois do primeiro estouro todo mundo esquece
E fica embriagado.
É árvore decorada. Presente pra criança.
Peru e carne assada. O povo enchendo a pança.
Pisca-pisca daqui, gente que pisca e tropeça dalí.
Já teve abraço, briga e discussão,
passou meia-noite, todo mundo já de taça vazia na mão
Tá tarde, é hora de dormir, apagar a luz
Ei, mas espere aí!
Alguém lembrou de saudar o menino Jesus?
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E SE

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E se eu fosse uma escritora parasita
que escreve coisas em série, ao invés de expôr
vo-mi-ta
E se eu fosse uma escritora de viagem
produz um livro em cada língua, nunca fala de
sa-ca-na-gem
E se eu fosse, então, uma escritora assim
Quando eu morresse, alguém se lembraria
demim?
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Atire a primeira pedra quem nunca domingou
sim, aquela tarde ociosa..lenta, tudo lento
tudo, ãhn? lento? ah, é!
Lá vem o amanhã, começa tudo de novo, mas,
melhor do que hoje, o dia é mole
que sonolência, tô cochilando...
Ai! que pedrada! me acertou;
Ei, você não vale! É a-presentador de te vê.

Toc Toc Toc; Vapt Vupt..

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...que onomatopeia!
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Três é demais!

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três golinhos de água antes de dormir
três carneirinhos pulando, já adormeci
três sonhos bem longos, em um eu caí
três horas depois, acordei e sorri
Já tinha passado da hora, pensei e corri
olhei no relógio e voltei a dormir
Vovó já dizia: um é pouco, dois é bom [...] é isso aí.

Coisa engraçada

Eu tenho medo do escuro
na madrugada
E não tenho medo do futuro
mas que piada.

Um vento cheiroso passa pela janela. Um gosto de chuva. Eu me sinto jovem, ainda mais nas noites.
Ouvindo as estrelas; elas representam meus sonhos. Você vê algumas na superfície e se olhar mais, bem fundo, verá milhões [...]
Incontáveis.
É algo fantástico. Entre o estranho e o maravilhoso. Sob o sol as pessoas não parecem tão solitárias como quando ele desaparece. A solidão das grandes metrópoles. Milhares de luzes acesas [...] tédio, solidão, insônia. À noite vem o ócio criador. A noite desligamos a máquina que nos tornamos ao despertar e somos quem realmente somos.
Chove, deixa enferrujar, deixa ondular, deixa encharcar. Permita-se molhar, contagiar,cair, ouvir, beijar, sentir. Mas não resfriar!
Um guarda-chuva. Acho que não vai resolver. Não há guarda-chuva contra a vida.
A janela acesa apagou sua luz. Melhor entrar.

uma boa dose de cafeína
pensamento voa com a cortina
na brisa delirante da retina















Maria do Relento

Eu não sei quantos palmos separam a sua mão da minha. Nem quantos segundos ainda faltam pro tempo resolver parar com você perto, nem se ele vai fazer isso por mim; tenho sido malvada, brigando com ele o tempo todo por sua causa. Eu nunca tive vocação pra esse tipo de brincadeira, a saudade. Também não sei se você tem vocação demais ou só eu não percebi que não é brincadeira. Mas pra mim já é hora de você aparecer, mostrar que a sua pele pode ficar junto da minha, além da imaginação. Anda, eu quero acordar e não consigo. Tem um lobo correndo atrás de mim no meu pesadelo e eu sei que você vai me acordar, mas que seja logo, ele está chegando muito perto.

O dia aparece cinza e frio. Ao meu lado ainda está o livro que você deixou, líamos no escuro. Não quero te devolver, talvez um dia eu o use como pretexto pra te encontrar, nunca se sabe. Minhas pálpebras ainda molhadas dos beijos que você me dava nos olhos enquanto olhava minha boca seca. Ainda não tenho fome, acordei mais cedo do que deveria, já que adormeci mais cedo do que gostaria, sem ninguém pra falar sobre sono e sonhos, ou se é a paz que gera guerra ou da guerra vem a paz.
Sustento meu corpo de pé, minhas mãos caminham pela parede áspera e longa. Ou meu olfato já não está mais tão aguçado, ou não tem mais aquele cheiro de pão torrado que eu nunca soube de onde vinha, eu sempre acordava mais tarde, então era você. Não gosto de café, mas sei como é seu amargor e sua doçura quando passo os lábios na borda da xícara que fora por ti adotada em todas as manhãs. Não sei se sinto falta, fui eu que escolhi assim. Nem sei porquê. Queria que você conseguisse me ler e soubesse me desenhar, mas eu mal me compreendo, não posso te ajudar.

..
As pessoas estão sempre solitárias, estão perdendo o brilho nos olhos, o sono,  ganhando varizes..e claro, isso faz parte da vida! Não, isso é mentira, é uma bola de neve que vai crescendo e todo mundo acredita e se acostuma, eu não acredito, é tudo mentira
mas todo mundo acha uma loucura tentar mudar isso
Às vezes dá vontade abraçar as pessoas na rua, abraço hoje só em data especial, parece que engoli uma pedra, é tudo pedra, tudo dentro
Escrevo sobre alguns pensamentos, isso é o que penso, um dia vou escrever sobre minha vida e então tenho que fazer dela algo digno para tal ação
Sim, começarei a abraçar as pessoas na rua, repentinamente, será que levarei bolsadas, gritos, coisas do tipo ou as pessoas só estão esperando para serem abraçadas?
.

Já não tento mais correr da chuva
tiro os sapatos
deixo meu cabelo ondular
não quero mais voltar pra dentro
a água escorre e vai matando minha sede
a sede da alma
(quando a chuva acaba, vem o frio e um banho quente estraga tudo de novo)

?

Não gosto de interrogações
gosto de afirmações (rima não proposital)
Não tenho certeza das coisas, não tem como ter
e querem arrancar de mim o que não respondi
nem a mim mesma
Quero me me digam, afirmem
acrescentem coisas
Eu tenho poucos anos de vida
e muitas perguntas sem respostas
Às vezes não sei o porque, por que, porquê ou por quê.
Às vezes quero entender
depois acho melhor não
Queria gritar no ouvido das pessoas
até minha voz sumir e seus tímpanos
sangrarem
Acho que vou explodir
Passei a noite sonhando coisas que não acontecem
E o que é realidade e o que é ficçaõ?
As interrogações não têm fim
por isso perdi a hora
E resolvi então dormir mais um pouco
Os questionamentos que me deixam viva
são os mesmo que me matam.

ciranda

O anel que tu me destes
não era vidro e perdurou
o amor que tu me tinhas
era muito e o que sou

provérbio filho da puta.

não sei o quê

Mil palpitações no peito meu
uma hora palpita saudade
outra hora solidão
Mas se tem saudade
não tem solidão
Tem ou não?
Só sei que não pára de palpitar
Mil sentimentos
Sentimento, sentir
É, tô sentindo muito
Sinto muito
mas não consigo mais escrever
é muito pra pôr no papel

(sempre papel antes).

Além disso não consigo lembrar de mais nada, embora tente desesperadamente acrescentar mais um detalhe, mas sei perfeitamente quando uma lembrança começa a deixar de ser uma lembrança para se tornar uma imaginação.

Caio F. Abreu

Em plena guerra civil.

Começo do fim

Cama para um

mas estamos em dois

Corpos que combinam

como feijão e arroz

Já é costume: libido antes

amor depois

Minha boca num copo de vinho

sua boca na minha pele (carinho)

Perguntas o que penso

digo que "em nada não"

Na verdade penso em fazer um poema

mas pra quê dizer?

não vale a pena

Afinal, triste ou não

não é mais de você que vem

a melhor inspiração.

Traição?

Acorda devagar do sono leve, preocupado, afaga o travesseiro com perfume de desgosto. Ela não tem tempo de levar o café da manhã na cama pra ele. - E que mulher faz isso? - Espreguiça, senta, logo se arrasta sob a cama pra alcançar as pantufas encardidas - E que mulher gosta de lavar pantufas?.
Vai até o quintal, acende um cigarro, estende a mão pro cão.

Ela acorda antes do relógo chamar. Já desce as escadas de salto, cabelo preso, perfume e um "blushezinho". Toma café puro, alimenta o cão, pega a bolsa e corre, corre pro carro.

Ele sabe que ela vai voltar com aquele perfume, semblante sereno, olheiras enormes e atenção nenhuma.

Bati aquele ossinho da bacia (sabe?) na quina da pia
Reação violenta
Estanquei o sangue com pó de café
Escorria até o pé
Fazendo uma poça
Poça de sumo violeta
O filete líquido se abriu em vários
Como se fincasse raízes no piso frio
Fazendo-me calma
Rubra e sonolenta.

ei, sem açúcar e com um pouco de leite derramado, obrigada!


http://www.youtube.com/watch?v=gFe3MRWFOv4

Dia de ontem

Hoje se inicia a primavera...é chegada oficialmente a estação das flores
acho que por isso hoje reparei mais no canto dos pássaros
Dá aquela impressão de que chega o sol
junto com verdes folhas e derrete a neve, mesmo que por aqui
não tenha neve
afinal termina o inverno, me despeço das tardes cinzas e frias
(que por sinal, amo)
E também dá a impressão de que leva todo o cinza da alma
trazendo novas cores
Como se o ser humano também fosse feito de quatro estações
e agora então, estamos transitando em Vênus
E a mudança de estação representa um descontrole geral onde nós,
seres compostos de setenta por cento água, não conseguimos
controlar nossa própria maré;
As estações internas, que creio que sejam muito mais que quatro
saem de órbita, e vagam dentro de nós
enquanto admiramos o florescer de um botão (não o de blusa) no jardim.

Todo esse aroma de beleza que é você, amor
Passa meu café no coador
Por favor.

7h04

Como é difícil me descobrir de manhã
Meu café, pontual
É, todo dia ela faz tudo sempre igual
De carro, que bom, cantarolando Gal
Linhas coloridas pagam minha cerveja
Dou bom dia pra toda essa gente que peleja
Como é dificil descobrir a sua cor
verde ou cereja?

Condição

Fora
Um muro, um céu
Claro e nublado
Dentro
Céu
Verde, pijama, Chico pincelado
"Sobre a encosta do meu peito vago a delicada embriaguez do corpo teu"
Garrafa literária
Esquecida
Pássaro
Rouba bitucas da janela
Quinta-feira
Cinzas, pijama e café

perfeição

.
Torta viela
Lua amarela
Tua janela

Sábado

.

Hoje a noite promete

Talvez ela prometa e não cumpra

como já fez tantas vezes

Essa lua, as estrelas..

me prometem o que eu quiser

E eu vou, de peito aberto, me entrego

fico à flor da pele

O vento, a brisa me oferecem suavidade

e eu os ofereço vinho e 'ma désirs'

E depois de tudo, quando acho

que ela não me retribuiu como eu esperava

Volto como saí

abraço forte meu travesseiro e peço desculpas

por tê-lo deixado mais uma vez

Ele entende, mas sabe que se repetirá

é a lei do tempo.

Plantei minhas melhores sementes
numa terra infértil.

Hoje minha angústia só vai se resolver
se eu chorar muito, mas muito mesmo,
até ficar de rosto inchado, até parecer desidratar
Ou se eu rir muito, e alto, até incomodar todos em volta
Mas nada tem muita graça pra isso hoje..
Tenho vontade correr, correr, correr contra o vento
até cair , por não aguentar mais
Ou correr até um campo e cair de barriga pra cima na grama
e ficar olhando o céu até conseguir enxergar seu fim
mesmo sabendo que não tem
Gritar até acabar a voz, chorar até se acabarem as lágrimas,
amar até acabar o prazer, sangrar até acabar o sangue,
rir até acabar o fôlego, beber até acabar a consciência,
fumar até acabar a força

Tudo hoje;

Mas amanhã é outro dia
Melhor dormir..

até acabar o sono.

Carta à cara

.
É, minha cara, devo dizer
Como é quando bate cara a cara
Minha cara com outra
Uma cara feia, mas não de beleza
Os traços podem ser bonitos
Mas a expressão é de alguém que não come,
não dorme, não ri, não chora, não ama

Cara de nada

E, cara...pra quê essa cara?
De cara vem a cara-metade,
a cara-de-pau, e tem quando
você passa um carão!
E as características?
As flores, por exemplo, não são caras
mas leva uma cara pra esses caras
conseguirem encará-las e colocar
um sorriso na cara.

com cretismo, com ego ísmo

.
chega de chuva
h
eu quero ver o pôr-do-sol
g.....m......................... o
a.....a...........................n
....................................h
d.....f....................que voam do parapeito de uma janela
e.....l.............................s
......o
s.....reabre leve num sono pesado
a
um beijo de olhos
depois um beijo de mãos
a
d
essa brisa suave que mansamente carrega meu bem querer

Meu rosto corre
Meu corpo bebe
Meu andar sossega
Meu falar se apega
Meu agir pensa
Minha brisa chora
Meu pensar condensa
Meu gostar implora
Meu sentir confessa
Meu fazer clama
Meu olhar se apressa
Minh'alma ama
Minha calma grita
Meu tragar reza
Meu ingerir palpita
Meu querer nega
Meu amar ingere
Minha sina foge
Minha saída digere
Minha pegada morde
Meu desejo pede
Meu sexo traga
Minha fome cede
Minha sede cala
Minha saudade esquece
Minha tristeza dilui
Meu sabor enlouquece
Meu amargor flui
Minha saúde injeta
Minha felicidade evolui
Minha voz se projeta
Minha bebida olha
Minha boca escorre
Meu sonho se molha
Minha vida morre

Nem toda sexta é treze

Sexta-feira!

no calendário geral é dia de dança

bebida

som alto

rodar por aí.

Pra mim não

Pessoas procuram a melhor roupa,

a mais bonita, a mais nova

eu não!

Banho, perfume na pele

adoro essências

Mas estou com os pés no chão

literalmente

E escolhi a roupa mais velha

e confortável que pude

E foi opção

as companhias de hoje ficam para amanhã

Pois as que terei hoje são inadiáveis

Chico, Elis e Gal

e é ver e ouvir

Será o melhor passeio, viagem

que eu poderia fazer hoje

Pra acompanhar: água e sonhos.

Dizia cada semáforo

a cada parada que eu

pensava em ti,

com angústia, com tristeza

que eu seria, ah

um dia eu seria a

gata borralheira,

a estrela derradeira,

o girassol do seu jardim

Não me desprezes,

eu posso esperar

o mundo girar

Não me segure,

não vou cair

e você vai voltar,

vai me chamar

não vou querer ir

eu vi, juro que vi

dejà vu! eu já vi

num copo de wisky qualquer.

Hoje eu acordei
com alergia
Almocei de cabelo molhado
de pijama
Foi um almoço sem sangue
tem sido
Limpei o chão
meias brancas
E não saiu da minha cabeça
nostalgia
Sua vida
vangloriosa
Ah! Me faz arder a cara
coçar os braços
Você é oca
lúbrica
Eu quero te sorrir
com desprezo

Faz-se a volta reboliça em torno de uma criança

Com molejo no quadril e sagacidade no olhar

Cabelos novos e arcada dentária ainda mal formada

Enquanto a mãe se perde em goles da adolescência perdida

Aí vem mais uma criança querendo se sujar

Elas pedem, elas querem fumaça, maquiagem encardida

Sujeira entorpecida.

O segundo em que uma folha cai

Uma folha solta do galho
E o primeiro choro ecoa no ar
As cores de vermelho para verde se alteram,
e os carros saem
O avião entra na torre
O sim, não entristece mais
Arrependido do beijo roubado
A torre no chão se desfaz
A luz queima no instante
que o brilho de amor renasceu
O certo volta errante
Num pensamento que não era meu
O volume se aumenta, e as mãos
emitem expressões
O papel é cortado
O beijo devolvido
O amor envelhecido
E outra torre é atingida
O compositor compõe num tempo parado
O tempo compõe ao compositor,
no mesmo tempo que o aborto acontece,
junto de uma barriga que cresce
No ato romântico da cena
A tragédia, que encena o apito da derrota
Mas antes que o breve momento acabe
É outro riso que não pára mais
É condenado um jovem rapaz
E a revolução?
Avante, avante..
Podemos sempre mais!
Os tempos perdidos
Sonhos abandonados
Os velhos unidos
Sentimento enterrado
Tudo não mais que uma flor
Não mais que o frio
Depois vem horror
Mas não se esqueça:
Existirá sempre uma saudade
Nunca do que ficou
Sempre do que deixou
E a folha chega ao chão.


(por Douglas Andrade)

Procurando Algo

Sabe quando chega uma fase da vida que a água bate na bunda?
A minha já tá na testa!

É proibido fumar neste local.

Fumar faz mal? Comprovado que sim,

tanto a quem fuma ativamente, quanto

passivamente, que no caso, inala a

fumaça alheia, recebe o ato do outro.

As placas são importantes, mas seria

melhor não tê-las e a consciência funcionar

como placa. Mas já que não é isso que acontece,

pois o público está acostumado a fumar

em qualquer lugar, seria ótimo que ao lado

destas placas houvessem outras, pra manter

o ar totalmente limpo, como:

É proibido mentir neste local.

É proibido humilhar neste local.

É proibido magoar neste local.

Neste local e em todos os outros!

Café solúvel (em pó)
Afeto que não se dissolve
Se absolve, se absorve,
se afeta




Caféto.