19/01/2010

'Eu poderia ficar ali parado, olhando a mancha de café espalhar-se lenta sobre o poema, lembrando tudo o que não queria lembrar e assim, parado para sempre no meio do apartamento, enquanto vidas alheias acontecem além das janelas, fora e longe de mim, sentisse apenas mágoa, saudade e esse tipo de espanto amargo em que ninguém dá jeito, eu poderia. Mas repeti que era tarde, que eu tinha um dia de cão, que não tinha tempo e me desculpe, você sabe, esta cidade, esta vida, esta manhã.'
                                                                                                               (ABREU, Caio F.)


Genial, eu não poderia abrir minha boca ou movimentar minhas mãos hoje e dizer ou escrever algo tão sincero e concreto pro que penso ou sinto como ele o fez.
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