16/01/2010

de repente árvore

.
árvore, velha, alta
às vezes repleta de folhas,
às vezes escassa
e eu a acompanhava sem pudores
afinal a sua troca de estações
parecia mais interessante do que
a minha troca de amores
paixões
e pavores.
se for pra amar ou penar
que seja com todas as forças
que seja o oposto dessa previsão
sem cura
de dores e amores, folhas e flores
que seja sem base, nem fim,
nem altura
essa troca massante de braços, cascas, saliva e juramentos
que já se sabe onde vai terminar,
mas que não pode faltar,
vale mais que o vão contentamento
lamentos
indignações
tormentos
alucinações
uma repetição sem fim
que reacontece a cada sol
assim como a sombra
dessa árvore fica em mim
sem amor, sem pudor, sem dó.
.

5 comentários: